terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Retorno com Coragem

Depois de 1 ano e 9 meses sem escrever neste blog resolvi voltar. Eu precisava de um tempo para me organizar. Fiquei longe, organizando as coisas - mais internas do que externas. Nunca fiquei completamente distante por que minhas entranhas nunca me deixaram, mas precisava preservar-me no me espaço, me organizando. Organizei o coração e a cabeça. Organizei os planos e os projetos. Eu dizia que não dava tempo, mas na verdade, era eu quem precisava de tempo. Tempo e coragem, talvez tempo para ter coragem. E a coragem ensaiava a chegar, mas ainda tímida, se afastava e se recolhia. E com a pouca coragem, diversas vezes ensaiei esta volta, mas ouso dizer que só agora a coragem chegou verdadeiramente. E aqui estou com coragem para continuar nessa busca! 

Falando em coragem. Compartilho um texto sobre coragem, publicado no Jornal Ipanema de 21.01.2012.

Coragem de ter Coragem

"Precisamos aprender a ter "coragem de ter coragem", de lutar verdadeiramente por nossa felicidade e , em especial, por nossa qualidade de vida. Deixamos de viver o hoje, o agora, nos preocupando com os julgamentos e, no entanto, esses mesmos julgamentos aconteceriam e/ou acontecem de uma forma ou de outra. 

É preciso ter "coragem para ter coragem" de sermos quem realmente somos, de sermos "o que acreditamos" ser realmente o melhor para nós, que pode, segundo o que acreditamos, nos trazer qualidade de vida, felicidade. 

Para isso precisamos aprender a ter coragem de romper com formas "cristalizadas" de pensar o que é certo, isso considerando que princípio é princípio, disso nem que queiramos conseguimos facilmente nos desfazer e acredito nem seja o ideal mesmo, pois é o que pode nos dar um norte para fazermos o que precisamos de forma mais "responsável" o possível. É preciso ter coragem de rever conceitos, reavaliá-los, desconstruir alguns, recriar outros e criar alguns de forma muito única, própria e , em especial autêntica, no sentido de legitimidade, veracidade, ou seja, o mais verdadeiro possível consigo mesmo. Para isso penso que é importante rever nossas vivências e confrontá-las com nossos conceitos aprendidos em nossa cultura, que mais  que de país de origem, nossa cultura "regional" e familiar. 

É preciso que aprendamos a ter coragem de arcar com as consequências que nossa "coragem" trará, por que, infelizmente, a humanidade como um todo tem dificuldade de lidar com tudo que se apresente fora do "padrão" preconizado, estabelecido como o melhor!

Assim a probabilidade de "acertarmos" com o que as pessoas "julgarão" que é mais certo, melhor é, na maioria das vezes, pequena. Então voltamos a colocar: é preciso ter coragem de ter coragem" de acreditar que temos discernimento, capacidade suficiente de entender o que é melhor para nós, precisamos é "potencializar" essa capacidade.

As diferentes formas de agir são importantes até para que cresçamos e tenhamos parâmetros para nos referenciar do que realmente sentimos, pensamos, desejamos e podemos realizar. Ter coragem de ver "cara feia", ouvir "burburinhos", faz parte de nosso amadurecimento emocional de lutar pelo que realmente pode nos fazer bem, trazer qualidade de vida. 

Compreensível que na teoria seja mais fácil, porém "quem disse" que viver era fácil? Não que seja difícil, mas com certeza dá trabalho e isso, por vezes faz com que fiquemos numa "área de conforto" e só nos incomodando quando a mesma vida nos prega uma peça, uma doença, uma perda que nos machuca muito. Enfim, que possamos aprender a aprender ter coragem de olhar para o que precisamos antes que sejamos obrigados a olhar por estarmos de certa forma impedidos de fazê-los ou então impedidos de mudar o rumo de nossas vidas." - Osimeire Tobias Mendes (Psicóloga Clínica e Terapeuta Sexual

Hoje, com muito mais coragem, volto para lutar pelo direito de todas as crianças a escolha da sua hora de nascer, e poder nascer de maneira mais amorosa, podendo ser recebida dignamente por este mundo, sem hostilidades longo no primeiro momento de vida fora do útero. Direito ao aconchego  do colo materno e paterno no primeiro minuto de nascimento. Direito de ter uma mãe realizada por que teve suas escolhas preservadas e agora pode estar mais presente para cuidar do recém chegado bebê.

Agora que voltei, meu objetivo é escrever uma vez por semana neste blog e poder assim compartilhar tantas outras histórias sobre nascimentos meus e de outros, partos, pré-partos, pós-partos... entre outras coisas. 

Obrigada por terem esperado meu tempo e minha coragem!